Saúde mental e família: dilemas e propostas na construção da assistência integral e o resgate da cidadania do doente mental.

Resumo

O presente artigo traz discussão crítico-reflexiva sobre a Saúde Mental e a Família, como pontos relevantes para a reorganização dos serviços de saúde mental e psiquiatria no Brasil, e a busca da garantia da integralidade das ações e do resgate da cidadania dos portadores da doença mental. Estes esforços são decorrentes da Reforma Sanitária e Psiquiátrica, ou seja, da luta anti-manicomial, da desospitalização do doente mental, da reinserção na família e na comunidade, o resgate de sua cidadania e das garantias constitucionais. Partindo da preocupação crescente nesta área e dos diferentes estudos no campo da Saúde, em especial na Enfermagem, lanço mão de alguns trabalhos sobre esta temática apresentados no V Encontro de Pesquisadores em Saúde Mental e IV Encontro de Especialistas em Enfermagem Psiquiátrica, realizado em Ribeirão Preto/SP, para ampliar esta discussão. A interlocução com estes autores revela diferentes propostas de práticas alternativas, com a participação da família, para a superação do modelo nosocomial e hospitalocêntrico existente, considerados de baixa resolutividade, portanto, de baixo impacto social. Nesse sentido, exige um redirecionamento das políticas públicas sociais e de saúde e do processo ensino-aprendizagem dos profissionais de saúde frente ao novo desenho que se delineia no tratamento do adoecimento mental, entendidos como estratégias para superar as dificuldades psicossociais que a problemática encerra.