Olhar de Trabalhadores da Construção Civil Sobre as Drogas na Vida de Sua Família
DOI:
https://doi.org/10.17921/2447-8938.2018v20n1p68-72Resumo
Estudos abrangendo a voz dos usuários crônicos de drogas de abuso ainda são pouco explorados, principalmente, no que se refere às repercussões no âmbito familiar. Estudo qualitativo que objetivou analisar a percepção de trabalhadores da construção civil, usuários de drogas, sobre as repercussões na vida de sua família. Realizado no município de Maringá-Paraná, com entrevistas de seis trabalhadores da construção civil internados com diagnóstico médico de intoxicação por drogas de abuso, e notificados a um centro de assistência toxicológica, no período de julho a dezembro de 2015. Os instrumentos foram a Escala Risco Social Familiar e um roteiro para entrevista semiestruturada, cujos dados foram analisados por análise de conteúdo na modalidade temática. Emergiram duas categorias: Vivendo o autoestigma do alcoolismo e O efeito do alcoolismo nas relações familiares. Os trabalhadores eram do sexo masculino, com idade média de 44 anos, sendo metade casados, apresentando baixas escolaridade e renda individual, e ocupação principal de pedreiros e serventes. A bebida alcoólica e o trauma físico configuraram espaços de risco e adoecimento. O risco social de três famílias foi classificado em menor e médio. Os dados reiteram aspectos sociais do trabalho na Construção Civil, e os trabalhadores reconheceram que ocasionam sobrecarga emocional aos familiares, como preocupação e sofrimento, e alteram as rotinas e relações sociais da família. Espera-se estimular outros estudos que expõem a percepção dos trabalhadores frente ao seu uso abusivo de drogas, com vistas aos programas de prevenção no âmbito familiar.
Palavras-chave: Enfermagem. Usuários de Drogas. Drogas Ilícitas. Saúde do Trabalhador.
Abstract
Studies comprising the long term drug users’ speech are still poorly explored, particularly regarding the repercussions within the family. This is a qualitative study that aimed to analyze the construction workers and drug users’ perception about the repercussions on their family life. Performed in the city of Maringá-Paraná, with interviews of six hospitalized construction workers with medical diagnosis of intoxication caused by drug abuse, and notified to a toxicological assistance center, from July to December 2015. The instruments were Family Social Risk Scale and a script for a semi-structured interview, whose data were analyzed by content analysis in the thematic modality. Two categories emerged: Living the alcoholism self-stigma and The alcoholism effect on family relationships. The workers were males, mean age 44 years, half of them were married, low schooling and low individual income, and main occupation as construction workers and assistants. Alcoholic beverages and physical trauma were representative of risk and illness. The social risk of three families was classified as minor and medium. The data emphasized the work social aspects in the Civil Construction, and the workers recognized that they cause emotional overload to the family, like worry and suffering, and change the routines and social relations of the family. It is hoped to stimulate other studies that expose workers’ perception of their abusive drug use, with a view to prevention programs within the family.
Keywords: Nursing. Drug Users. Street Drugs. Occupational Health.
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