Análise Cinemática Linear e Angular da Marcha em Pacientes Amputados Transfemorais Protetizados

Autores

  • Andressa Lorandi Balardina Universidade de Caxias do Sul, Curso de Fisioterapia. RS, Brasil
  • Simone Andrighettia Universidade de Caxias do Sul, Curso de Fisioterapia. RS, Brasil
  • Vinícius Mazzochi Schimit Universidade de Caxias do Sul, Curso de Fisioterapia. RS, Brasil.
  • Fernanda Cechetti Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Reabilitação. RS, Brasil. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. RS.
  • Leandro Viçosa Bonetti Universidade de Caxias do Sul, Curso de Fisioterapia. RS, Brasil.
  • Raquel Saccani Universidade de Caxias do Sul, Curso de Fisioterapia. RS, Brasil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Movimento Humano. RS, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.17921/2447-8938.2018v20n2p125-130

Resumo

A amputação leva a uma série de alterações funcionais na biomecânica corporal, gerando padrões alterados de postura e de marcha para compensar a perda do membro, sendo possível através da análise cinemática identificar as compensações e adequar o padrão de marcha. O objetivo deste estudo foi identificar as alterações cinemáticas da marcha, em pacientes protetizados em nível transfemoral, considerando os valores da normalidade e do membro não afetado. Estudo descritivo, observacional, comparativo, transversal, no qual participaram 7 indivíduos, com idade média de 59 anos, com amputação transfemoral, já protetizados. Os pacientes foram selecionados na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Caxias do Sul. Para análise da cinemática da marcha foi utilizado o Laboratório de Análises biomecânicas do Movimento Humano da Instituição, seguindo o protocolo descrito por Laroche. Para análise de dados foi utilizada a estatística descritiva e teste t pareado e one sample (p<0,05). Observaram-se inúmeras alterações na cinemática angular e linear destes indivíduos, tanto entre membros, quanto comparando com a normalidade, porém somente a flexão de quadril quando comparada com a normalidade mostrou diferença significativa estatística (p=0,009). O estudo indicou que existem alterações importantes na cinemática da marcha em amputados transfemorais comparando à normalidade e com o membro contralateral. Estas alterações podem estar relacionadas às questões de insegurança, falta de equilíbrio, propriocepção e instabilidade no membro afetado sobre a prótese, entre outros fatores musculoesqueléticos e biomecânicos ocasionados pela mudança do membro fisiológico pelo mecânico.

Palavras-chave: Marcha. Amputação. Membros Artificiais.

Abstract

Amputation leads to a series of functional alterations on the corporal biomechanics and these generate altered posture patterns and the march as well. This is because it is necessary to compensate the loss of a limb. The objective of the study herein was to peform akinematic analysis to identify the compensation and to adequate the march pattern as well as the kinematic alterations of the march on prosthetic limb patients regarding transfemoral issues taking into account the values of normality and the non-affected limb. It was a descriptive , observational, comparative and transversal studies in which 7 people with an average age of 59 years old participated. These people are tranfemoral amputees and they are already prosthetic-limb users. The patients were selected at the Physiotherapy Clinic of the Universidade of Caxias do Sul. The kinematic analysis took place at the Laboratory of Biomechanics and Human Movements and the protocol described by Laroche was followed. The data analysis was based on the paired t- test and on the one sample (p<0,05). Various alterations were observed on angular and linear kinematic of these persons. These alterations were noted as much among members as when comparing to normality but only the hip flexion, when compared to normality, showed significant statistics (p= 0,009). The study indicated that there are important alterations in the kinematic march in trasfemoral amputees compared to normality and compared to the contralateral limb. These alterations might be associated with insecurity, lack of balance confidence, proprioception, and instability of the limb affected on the prosthesis among other skeletal muscle system and biomechanic factors caused by the replacement of the physiological member by the mechanical one.

Keywords: Gait. Amputation. Artificial Limbs.

Referências

Rose J, Gamble JG. Marcha: Teoria e prática da locomoção humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.

O’Sullivan B, Schmitz TJ. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole; 2010.

Clark LA, Zernicke RF. Balance in lower limb child amputees. Prosthet Orthot Int 1981;5(1):11-8.

Hausdorff JM. Gait variability: methods, modeling and meaning. J Neuroeng Rehabil 2005;20:2-19.

Carvalho JA. Amputações de membros inferiores: em busca da plena reabilitação. São Paulo: Manole; 1999.

Chester VL, Biden EN, Tingley M. Gait Analysis. Biomed. Instr Techn 2005;39(1):64-74.

Araújo AGN, Andrade LM, Barros RML. Sistema para análise cinemática da marcha humana baseado em videogrametria. Fisioter Pesq 2005;11(1):3-10.

Brito DD, Isernhagen FC, Depieri TZ. Tratamento fisioterapêutico ambulatorial em paciente submetido à amputação transfemoral unilateral por acidente motociclístico: estudo de caso. Arq Ciênc Saúde Unipar 2005;9(3):175-80.

Pastre CM, Salioni JF, Oliveira BF. Fisioterapia e amputação transtibial. Arq Ciênc Saúde 2005;12(2):120-4.

Datta D, Bem H, Howltt JÁ. A comparative evaluation of oxygen consumption and gaitpattern in amputees using Intelligent Prostheses and conventionally damped knee swing-phase control. Clin Rehabil 2005;19(4):398-403.

Bona R, Aldabe D, Ribeiro J. Avaliação do gasto energético em pacientes amputados de membro inferior protetizados. Arq Sanny Pesq Saúde 2008;1:98-108.

McNealy LC, Gard SA. Effect of prosthetic ankle units on the gait of persons with bilateral trans-femoral amputations. Prost Ortot Internat 2008;32(1):111-26.

Franchignoni F, Giordano A, Ferriero G, Munõz S, Orlandini D, Amoresano A. Rasch analysis of the Locomotor Capabilities Index-5 in people with lower limb amputation. Prost Ortot Internat 2007;31(4):394-404.

Crenshaw JR, Kaufman KR, Grabiner MD. Compensatory step training of healthy, mobile people with unilateral, transfemoral or knee disarticulation amputations: A potential intervention for trip-related falls. Gait Posture 2013;38(3):500-6. doi: 10.1016/j.gaitpost.2013.01.023.

Thomas JR, Nelson JK. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: Artmed; 2007.

Neumann DA. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético. Rio de Janeiro: Elsevier; 2011.

Laroche D, Duval A, Morisset C, Beis JN, D'athis P, Maillefert JF, et al. Test-retest reliability of 3D kinematic gait variables in hip osteoarthritis patients. Osteoart Cart 2011;19(2):194-9. doi: 10.1016/j.joca.2010.10.024.

Callegari-Jacques SM. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre: Artmed; 2003.

Lamoth CJC, Ainsworth E, Polomski W, Houdijk H Variability and stability analysis of walking of transfemoral amputees. Med Eng Phys 2010;32:1009-14.

Nogueira CCB, Ruiz AT. Análisis de biomecánica digital en marcha protésica de paciente con amputación por encima de rodilla. Estúdio de caso. Rev Cienc Biomed 2009;(1):110.

Wright DA, Marks L, Payne RC.A comparative study of the physiological costs of walking in ten bilateral amputees. Prost Ortot Internat March 2008;32(1):57-67.

Kirkwood RN, Gomes HA, Sampaio RF, Culham E, Costigan P. Análise biomecânica das articulações do quadril e joelho durante a marcha em participantes idosos. Acta Ortop Bras 2007;15(5):267-71.

Sagawa Y, Turcot K, Armand S, Thevenon A, Vuillerme N, Watelain E. Biomechanics and physiological parameters during gait in lower-limb amputees: a systematic review. Gait Posture 2011;33(4):511-26.

Gaunaurd I, Gailey R, Hafner BJ, Gomez-Marin O, Kirk-Sanchez N. Postural asymmetries in transfemoral amputees. Prosthet Orthot Int 2011;35(2):171-80.

Sjödahl C, Jarnlo GB, Söderberg B, Persson BM. Kinematic and kinetic gait analysis in the sagittal plane of trans-femoral amputees before and after special gait re-education. Prosthet Orthot Int 2002;26(2):101-12.

Broche Vázquez V, Quezada MT, Novo CD, Bonne PP, Zamora RS. Influencia de la asimetría de la marcha en el comportamiento biomecánico de las articulaciones de cadera en pacientes con prótesis transfemorales. Ingeniare. Rev Chilena Ingeniería 2015;23(2):312-22. doi: http://dx.doi.org/10.4067/S0718-33052015000200016

Vrieling AH, van Keeken HG, Schoppen T, Otten E, Halbertsma JP, Hof AL, Postema K. Gait initiation in lower limb amputees. Gait Posture 2008;27(3):423-30.

Ku PX, Abu Osman NA, Wan Abas WA. Balance control in lower extremity amputees during quiet standing: a systematic review. Gait Posture 2014;39(2):672-82. doi: 10.1016/j.gaitpost.2013.07.006.

Prinsen EC, Nederhand MJ, Rietman JS. Adaptation Strategies of the lower extremities of patients with a transtibial or transfemoral amputation during level walking: a systematic review. Arch Phys Med Rehabil 2011;92:1311-5. doi: 10.1016/j.apmr.2011.01.017.

Cerqueira ASO, Yamaguti EY, Mochizuki L, Amadio AC, Serrao JC. Ground reaction force and electromyographic activity of transfemoral amputee gait: a case series. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2013;15(1):16-26. doi: http://dx.doi.org/10.5007/1980-0037.2013v15n1p16

Toro B, Nester CJ, Farren PC The status of gait assessment among physiotherapists in the United Kingdom. Arch Phys Med Rehabil 2003;84:1878-84.

Downloads

Publicado

2018-06-30

Como Citar

1.
Balardina AL, Andrighettia S, Schimit VM, Cechetti F, Bonetti LV, Saccani R. Análise Cinemática Linear e Angular da Marcha em Pacientes Amputados Transfemorais Protetizados. J. Health Sci. [Internet]. 30º de junho de 2018 [citado 22º de dezembro de 2024];20(2):125-30. Disponível em: https://journalhealthscience.pgsscogna.com.br/JHealthSci/article/view/5202

Edição

Seção

Artigos